sábado, 14 de outubro de 2017

Mão Morta no Teatro Aveirense - Report


Mão Morta – 25 anos do Mutantes S.21 
Teatro Aveirense – 29 de Setembro de 2017 
Isto de já ter alguma idade, permite que a certa altura comecem a fazer-se celebrações. No ano da graça de 1992, andava eu a gozar os prazeres da vida de estudante universitário, saiu o quarto álbum de Mão Morta, de seu nome “Mutantes S.21”. Na noite louca em que vieram a Aveiro apresenta-lo, só pude assistir a parte do concerto, pois estive parte do tempo a trabalhar na bilheteira, dado que era um concerto integrado na Semana Académica, com cuja organização colaborei. Mesmo assim, ainda fui a tempo de ver uma fã a saltar para o palco e com os seios desnudos, participar numa dança lasciva com o Adolfo Luxuria Canibal. Reza a lenda que essa performance, muito aplaudida na altura, fez com que a banda fosse banida da cidade, durante alguns anos.


Como só as coisas mudam, embora nem sempre à velocidade que desejamos, passados todos estes anos e mantendo todo o misticismo, a banda veio fazer a festa deste magnífico álbum à principal sala de espectáculos de Aveiro.


O Teatro Aveirense encheu-se com uma mole humana composta por alguns que os viram e acompanham desde sempre e também alguns dos seguidores mais recentes. A média etária andaria ali pelos quarentões, mas ainda cheios de garra, tal como a banda, diga-se de passagem.
Onde antes havia muito nervo, músculo e alguma loucura à mistura, passou a haver algum comedimento, talvez por causa das “opressoras” cadeiras ou pelas obrigações do dia-a-dia, mas sem deixar de vibrar com o que se ia passando em palco.


O peso da idade é coisa que não se sente em palco, a soarem melhor que nunca, os Mão Morta sabem montar um show. Não fora um ruido estranho que incomodava no intervalo das canções e podia dizer que tinha sido um concerto perfeito.

Além da força das palavras e da música, havia uma projecção de, pode dizer-se, curtas-metragens que iam ilustrando cada uma das canções, complementando da melhor forma todo o desfile de temas. Tivemos direito a ouvir o disco celebrado, na íntegra e ainda a alguns “desvios” como o Adolfo lhes chamou, que passaram por temas que tinham alguma ligação lógica com o “Mutantes S.21”.
O único pecado deste concerto, para lá do tal ruído incomodativo, foi ter parecido curto. Mas, na verdade, mais vale saber a pouco e dar vontade de mais.

Ao fim e ao cabo, como se ouve em “Amsterdão”: “Gostei da Representação!” e acho que eles também.

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