terça-feira, 26 de janeiro de 2016

The Partisan Seed – Angels On The Boardwalk


Não é preciso tomar um valium para escutar o mais recente álbum do Filipe Miranda, mais conhecido por The Partisan Seed. São nove temas que nos enchem a alma durante vinte e sete minutos. É uma meia hora incompleta, mas muito bem preenchida, com um dos melhores songwriters lusos.


Os temas transbordam a norte, desde um percurso a pé até Santiago em Ana (Road To Santiago), uma limpeza cerebral com Diazapam H13 (daí a minha referencia ao Valium), recordações de bons tempos com a pequenada em Tiny Giants. Las Brujas que nos descreve o genocídio a esses seres míticos. Continuando a viagem com dois temas instrumentais Reshtinga Sunset e Tekrem Aynek, prosseguindo com o chamamento das ondas de Esposende, (ou de outra praia qualquer do Norte) em Morning Wave. E para finalizar Twenty Minutes To Nine, numa exploração sonora ambiental, para o culminar de Amsterdam Lights, onde entramos na fria e desértica cidade de Amesterdão.
Filipe Miranda fez quase tudo neste “Angels On The Boardwalk”. Álbum lançado em 2014, mas que tem toda a actualidade. Para além das vozes, guitarras, percussões, órgão, baixo, bateria, e mais umas coisas. Convidou Lisete Santos para uns coros em Tekrem Aynek, Sérgio Mendes para uns toques de guitarra em Ana (Road To Santiago) e Twenty Minutes to Nine, Helena Ressurreição que colaborou nos coros de Ana (Road To Santiago), Pedro Oliveira na bateria do tema Las Brujas, Gulherme Bogas no saxofone do Diazapam H13 e Amesterdan Lights, Paul Bond coros e piano no tema Las Brujas e da Lisa que utilizou samplers em Twenty Minutes to Nine. O álbum foi todo ele produzido e escrito pelo próprio.
Mérito e persistência, são sinais merecedores de respeito, para quem concretiza sonhos e escreve canções, como só ele o sabe fazer. Não é à toa que é tão bem acolhido nesta faixa Norte/Galiza, por onde vai actuando em pequenas salas. Transpondo o seu mundo neste maravilhoso conjunto de canções.
Mais do que ouvir Angels On The Boardwalk, recomenda-se um acompanhamento do trabalho que Filipe Miranda vai desenvolvendo e um acarinhar, sempre que possível, dos novos temas que vão vendo a luz do dia.
Podem também “arriscar” a assistir a um concerto numa das salas intimistas por onde vai passando.

Texto: Miguel Estima

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