segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Tracy Vandal - The end of everything

No bilhete de identidade da Tracy Vandal, diz que ela é escocesa, mas para mim, já a considero como portuguesa. Vive há alguns anos em Coimbra, e foi lá que construiu as belas canções que fazem parte do EP – “The End of Everything”. Também poderão dizer que o disco não é português, porque nele está vincada a participação de Boz Boorer, mas este, quando não está em tournée com o Morrissey, faz de Monchique a sua sede. A editora é a Lux Records de Coimbra e o disco ainda conta com os arranjos do João Rui (A Jigsaw) em dois temas e a masterização do João P. Miranda.
Se estes dados não bastassem, ao ouvir os 5 temas que fazem parte do disco, sinto que nele habita uma espécie de fado. Não o fado da nossa música tradicional, mas o fado sentimento melancólico que nos envolve e que quase nos é inculcado à nascença. Fala de dor e de sofrimento como alguns dos fados mais tristes. Como tal, devo mesmo considerar este disco, como um disco de música portuguesa.
Logo na faixa de abertura, “Straight to The Stars” e praticamente em todas as faixas, saltam-me à memória as sonoridades da série de culto “Twin Peaks”. Esta canção poderia, claramente, fazer parte da banda sonora das desventuras de Laura Palmer que tanto nos apaixonaram (particularmente a nós, os quase ex-teenagers da altura) no início dos anos 90.
On This Hill”, um dos temas que passou pelo “crivo” do João Rui, nele sente-se uma soturnidade quase gótica, que eu sei que é um dos géneros musicais e estéticos de que a Tracy mais gosta. O mesmo se passa com “Once a Sunset” o outro tema construído por esta dupla.
Ex-Codes” é uma versão de um tema de Tiguana Bibles, a banda de que a Tracy fez parte e através da qual ficámos a conhecer a sua belíssima voz e sentido de humor.
E a rematar temos “The End of Everything” , tema que fala de Morte. Mas, eu espero sinceramente, que seja acima de tudo o início de uma carreira a solo bem longa. Basta para isso que ouçam e comprem este e os futuros discos que ela fizer.
A classificação deste disco, que já entrou no meu top de EP’s de 2014, é de Muito Bom!
 

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