quinta-feira, 9 de maio de 2013

Vitorino Voador + Martim no Salão Brazil

A 13 de Abril fui até Coimbra para comemorar os 21 Anos do Programa Santos da Casa da RUC e assistir a uma das propostas da 15ª edição do Festival com o nome do programa.
Tratou-se da noite que juntava Vitorino Voador e O Martim no Salão Brazil, foi a primeira vez que fui a esta magnifica sala e adorei quer o espaço, quer os concertos, claro.

 Durante a tarde acompanhei os testes de som e previ logo que iria ser uma grande noite de boa música. A abertura ficou a cargo do Vitorino Voador que desta vez veio, muito bem, acompanhado pelo José de Castro, o seu parceiro musical que também o acompanhou na produção do EP – Vitorioso Voo – e também o está a ajudar na construção do primeiro álbum que sairá ainda este ano.
 Ter tido a possibilidade de ver os testes de som, foi uma oportunidade excelente para ver como esta dupla funciona bem, mesmo durante os ensaios a experimentação sonora é uma constante. O facto de a sala estar equipada com um piano de cauda, fez nascer imediatamente a decisão de alterar a forma como as canções iam ser tocadas, o alinhamento pré-estabelecido em teoria, foi imediatamente alterado, de forma a aproveitarem melhor esta oportunidade.
Mas o melhor viria mesmo à noite, com um alinhamento que já levanta bastante o véu sobre o futuro álbum – e que grande disco deve vir aí. A música ganhou uma dimensão maior em relação ao concerto que vi no Teatro Aveirense, no aniversário deste blog. As manipulações electrónicas do José que chega a utilizar um rádio e algumas cassetes, e até a criar sons nas cordas do piano enquanto o João tocava, mostraram bem a capacidade criativa da dupla.
 E depois o sentido de humor e a honestidade do João Gil, que além de excelente músico, sabe bem “animar a malta” fizeram com que este concerto fosse memorável.
As canções que nos encantaram foram as seguintes:
Mensagem 
Coragem 
Sede de Água 
Carta de Amor Foleira 
Ser Alguém, Sem Ninguém 
O Dom 
Balada dos FDP’s (dedicada a um artista que lhe vandalizou o carro) 
O Caminho Longo Passeio 
Os Velhinhos 
Venha Ele 
Encore: 
Mundo Cão Sagrado 
A Palavra Austeridade 
 Depois de um ligeiro intervalo, animado por alguns temas que o DJ Fausto da Silva ia passando, foi a vez da subida ao palco de O Martim. 
Na segunda parte da noite, Martim Torres veio acompanhado por António Quintino no baixo e João Pinheiro na bateria para apresentar o seu disco que já é uma das surpresas do ano. Claro que sendo ele um homem habituado a fazer a festa, o concerto só podia vir a dar em algo surpreendente e até “subversivo”. Tudo começou com um normal desfilar de canções do disco, em que até João Gil foi convidado para acompanhar ao piano, uma delas. Deu para ouvir temas como Eu Também Não Sou Poeta, Cafuné, Honda Blues, Belzebu Meu Amor e Cais do Sodré, o mais recente single.
 A certa altura, o espírito de festa apoderou-se de Martim e, de repente já havia duas “Martinetes” a dançar em palco. Chegando a este ponto, uma espécie de Caos estava instalado e já não dava para cumprir o alinhamento previsto.
Assim foi já com outras duas “Martinetes” a cantar com ele que ouvimos Tu Não és o B Fachada e mantendo a festa “em altas”, rematou com o excelente single – Banho Maria que é um caso sério de canção Pop/Rock que fica no ouvido, mas “em bom”.
 Quem estava à espera de um concerto típico, ficou um pouco desiludido, mas a maioria gostou da festa que se montou. Eu fico um pouco dividido nestas coisas, gosto de ouvir canções certinhas quase como no disco, mas também gosto que aconteça Festa. Como posso ouvir o disco em casa, acabo por alinhar no espírito de “Viva a Festa!” que surgiu, sem ninguém contar, neste concerto d’ O Martim.
Para tristezas e seriedade, basta a vida!

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